As investigações começaram por ocasião da prisão do “Leozinho”, que na época afirmou ter furtado cerca de 25 mil em uma gaveta na prefeitura de Luiziana. A partir daí o Ministério público iniciou as investigações e uma das irregularidades encontradas foi com relação a aquisição de combustíveis, por isso, durante toda a manhã desta quinta feira, membros da administração do atual prefeito de Luiziana, Mauro Alberto Slongo, prestaram depoimento na 16ª SDP para explicar a aquisição de combustível para a frota do município.
Logo após prestar depoimento o administrador do posto de combustíveis, Robson Luiz Pavlack, explicou como funcionava a venda de combustíveis para a prefeitura, que chega a cerca de 650 mil por ano. “Eu continuei abastecendo os veículos da prefeitura e iria participar da licitação que já está prevista”, explicou. “Eu sabia que estava correndo risco de não receber caso não ganhasse a licitação, mas mesmo assim, como já venho fornecendo o combustível há muito tempo, resolvi a correr o risco”, admitiu.
Já o secretário de administração da prefeitura Thiago Slongo, entende que a dispensa da licitação está prevista na lei. “Estávamos vivem em um momento de calamidade pública, por casa das chuvas que castigaram o município e a lei das licitações prevê que nessa situação as licitações podem ser dispensadas”, explicou. Para reforçar suas justificativas o secretário entregou a documentação ao delegado. “Temos a convicção de que não cometemos crime algum e reafirmamos nosso compromisso de administrar o município dentro da lei”, salientou Slongo.
Por volta das 3h00 o ex-prefeito e atual secretário de finanças de Luiziana, José Cláudio Pol, acompanhando de seu advogado, prestou seu depoimento. Depois de mais uma hora Pol deixou a delegacia, sem falar com a imprensa.
O delegado chefe da 16ª SDP, Dr. José Aparecido Jacovós, informa que o Ministério Público encontrou várias irregularidades na aquisição de combustíveis e a polícia civil foi em busca dos documentos que acabaram por comprovar as irregularidades. “Apesar das evidências, ainda não prendemos ninguém em flagrante, mas polícia vai continuar investigando para chegar aos verdadeiros responsáveis, porque se fôssemos prender alguém hoje, seria o chefe do almoxarifado, que autorizava o abastecimento naquele posto”, comentou o delegado. “Durante o depoimento percebemos que o essa pessoa não tem nenhum benefício com essa dispensa”, comentou. “Na documentação apresentada pela prefeitura existe uma documento proibindo o abastecimento, mas o chefe do almoxarifado disse desconhecer tal portaria”, completou Jacovós.
Segundo o delegado apesar de ninguém ter sido preso em flagrante as investigações continuam com a intenção de chegar os verdadeiros beneficiários da dispensa licitação. “As irregularidades existem de fato, agora vamos trabalhar para encontrar os verdadeiros responsáveis ou beneficiários dessa situação”, concluiu o delegado.
Fonte: Ricardo Borges